O futebol brasileiro é um celeiro de personagens únicos, e poucos encarnam essa essência como o volante Amaral. Conhecido por sua irreverência e bom humor, o ex-jogador, que marcou época com a camisa do Palmeiras e acumulou títulos por onde passou, recentemente abriu o coração em um programa de rádio, revelando histórias hilárias de sua trajetória e admitindo ter enfrentado perdas financeiras significativas, uma verdadeira Amaral, grana perdida em sua carreira. Sua participação foi um misto de nostalgia e confissões surpreendentes, pintando um retrato honesto de uma vida dedicada ao esporte, mas com seus desafios fora das quatro linhas.
A trajetória de Amaral é um testemunho de superação e adaptabilidade. Em 2015, mesmo com uma lesão muscular que o limitou a apenas duas partidas, sua presença no Capivariano foi crucial para ajudar o time a se livrar do rebaixamento no Campeonato Paulista. Mas foi antes mesmo de calçar as chuteiras profissionalmente que a vida já lhe reservava experiências inusitadas, que hoje ele narra com uma leveza contagiante.
A Carreira Inusitada de Amaral: Entre Risadas e Sucessos
Nascido em Capivari, interior de São Paulo, Amaral começou sua vida profissional de uma maneira que poucos imaginariam para um futuro ídolo do futebol: como coveiro. Ele recorda os primeiros dias com uma mistura de susto e humor. “Comecei a trabalhar na funerária como carteiro. Meu patrão disse que eu ia entregar consórcio. Depois ele falou: ‘você está indo muito bem. Agora você vai subir de profissão: você vai limpar as urnas’”. A transição não foi suave, especialmente ao lidar com seu primeiro cadáver, que já estava em decomposição há cinco dias. A experiência, embora desafiadora, forjou seu caráter resiliente.
Outro episódio memorável de sua época na funerária envolveu um susto inesperado. Enquanto cortava pétalas de rosas para um velório, um toque acidental no cavalete fez a mão do falecido deslizar e tocar suas costas. A reação instintiva do jovem Amaral foi fugir, para o riso de quem ouve a história hoje. Essas vivências peculiares, recontadas com seu jeito folclórico, mostram a origem de sua personalidade carismática e sua capacidade de encontrar o lado cômico até nas situações mais sombrias.
A jornada de Amaral o levou a defender as cores da Seleção Brasileira, e mesmo nesse cenário de elite, o bom humor o acompanhava. Ele relembra uma viagem à África do Sul, quando foi questionado sobre o apartheid antes de um jogo importante. Sua resposta, interpretada literalmente, e a subsequente confusão de Rivaldo sobre o termo, geraram mais uma de suas anedotas famosas. Ele sempre soube como descontrair o ambiente, seja no vestiário ou em uma entrevista. Inclusive, Amaral foi um jogador fundamental em muitos clássicos Palmeiras x Corinthians, onde sua raça e bom humor eram uma marca registrada.
Do Campo à Vida: As Perdas e Lições de Amaral
Apesar de uma carreira longa e vitoriosa, Amaral revela que o aspecto financeiro nem sempre foi generoso. Ele confessou ter perdido uma quantidade considerável de dinheiro no futebol, especialmente devido a uma má assessoria. “Perdi bastante. Mas para quem não tinha nada, tenho que dar graças a Deus”, afirmou, demonstrando sua gratidão apesar das adversidades. Seus salários iniciais não eram exorbitantes: apenas R$ 5 mil no Palmeiras e não mais que R$ 20 mil no Corinthians.
A maior perda, segundo ele, ocorreu na Fiorentina, clube italiano que faliu durante sua passagem. A falta de orientação profissional adequada fez com que ele “pegasse qualquer coisa”, sem a valorização que sua qualidade e representação na Seleção Brasileira deveriam ter trazido. Amaral brinca que, com uma boa gestão financeira, “hoje eu teria uns três cemitérios aí”, usando sua antiga profissão como metáfora para a fortuna que poderia ter acumulado. Sua história é um alerta sobre a importância da gestão de carreira e finanças, mesmo para atletas de alto nível.
O Legado de um Volante Campeão
Apesar das idas e vindas financeiras e das histórias inusitadas, o legado de Amaral como jogador é inquestionável. No Palmeiras, onde se tornou um ídolo, conquistou dois Campeonatos Brasileiros (1993, 1994), três Campeonatos Paulistas (1993, 1994, 1996) e um Torneio Rio-São Paulo. Sua passagem pelo clube alviverde é lembrada até hoje pela raça e determinação.
Sua coleção de troféus não parou por aí. No Corinthians, adicionou mais um Campeonato Brasileiro (1998) e um Campeonato Paulista (1999). No Vasco da Gama, em 2000, ergueu outro Campeonato Brasileiro, uma Copa Mercosul e uma Taça Guanabara. Internacionalmente, foi campeão da Copa da Itália com a Fiorentina (2000/01) e do Campeonato Turco com o Besiktas (2003). Além dos clubes, Amaral defendeu a Seleção Brasileira em 1995 e 1996, culminando na conquista da medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de 1996, nos Estados Unidos. O Campeonato Paulista, em particular, foi um palco recorrente para suas conquistas e atuações memoráveis.
Amaral, após uma carreira de muitas emoções, tanto dentro quanto fora dos gramados, planeja agora escrever um livro sobre suas experiências. Suas histórias, que variam do engraçado ao surpreendente, são um reflexo de uma vida vivida intensamente, com a autenticidade de um personagem que, acima de tudo, soube rir de si mesmo e da vida.
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Meta Descrição: Amaral, o folclórico volante, revela histórias hilárias de sua vida de coveiro e as surpreendentes perdas de dinheiro na carreira. Uma mistura de risadas e lições.