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O Caos de Avellaneda: A Escalada da Violência no Futebol Sul-Americano e a Omisssão que Custa Caro

A cena era revoltante: torcedores agredidos, pulando de alturas perigosas, barras de ferro e pedaços de pau usados como armas. O que vimos em Avellaneda, no confronto entre Independiente e Universidad de Chile pela Copa Sul-Americana, foi mais um capítulo vergonhoso na história da violência no futebol sul-americano.

Longe de ser um caso isolado, o episódio escancara uma realidade preocupante que se agrava a cada temporada, marcada pela impunidade, a conivência e a falta de ação efetiva por parte de quem deveria garantir a segurança nos estádios.

Este incidente específico não apenas chocou pela brutalidade, mas também reacendeu o debate sobre a falha sistêmica que permite que o espetáculo do futebol seja manchado por atos de pura selvageria, transformando a paixão nacional em um palco de guerra.

O Absurdo de Avellaneda e a Conivência Policial

As imagens que circularam após o jogo entre Independiente e Universidad de Chile são um soco no estômago. Torcedores chilenos foram alvo de um verdadeiro massacre, com invasão de setor e agressões covardes por parte da torcida local, a temida barra brava do Independiente.

O mais chocante, no entanto, foi a ausência e inação da polícia argentina. Relatos e vídeos mostram claramente a inexistência de um cordão policial para separar as torcidas, permitindo que os agressores invadissem o espaço adversário e promovessem uma selvageria inaceitável.

Onde estavam os responsáveis pela segurança? Para muitos, essa omissão não é coincidência, mas sim uma conivência policial que já foi vista em outras ocasiões.

Há precedentes de forças de segurança que simplesmente se retiram para permitir a ação de torcidas organizadas, como relatado em jogos do Flamengo na Venezuela, onde a polícia falhou em proteger os torcedores brasileiros.

Essa atitude irresponsável transforma a força policial, que deveria proteger, em cúmplice de atos criminosos, minando a confiança e incentivando a impunidade. A barbárie de Avellaneda foi um atentado civilizatório, com torcedores sendo despidos, humilhados e até atirados de alturas consideráveis. A polícia, que deveria agir como barreira e garantir a ordem, falhou grotescamente, deixando torcedores inocentes à mercê de bandidos.

É essencial que as autoridades investiguem a fundo essa inação e responsabilizem os envolvidos, tanto os agressores quanto os agentes que se omitiram. Para mais detalhes sobre o ocorrido, você pode consultar o artigo do GE sobre o incidente em Avellaneda.

CONMEBOL: Uma Omissão Crônica na Luta Contra a Violência

A violência em competições sul-americanas não é novidade, mas parece piorar a cada ano. Casos recentes, como os problemas envolvendo o Fortaleza no Chile e incidentes em Medellín, precederam o caos de Avellaneda, evidenciando um padrão alarmante.

No entanto, a entidade máxima do futebol sul-americano, a CONMEBOL, continua sendo vista como omissa e ineficaz em suas punições. Muitos críticos apontam que as sanções aplicadas, como multas ou jogos com portões fechados, são brandas demais para inibir a ação de torcidas organizadas violentas e, consequentemente, dos clubes que os acobertam ou não conseguem controlá-los.

A percepção é que, enquanto os clubes não sentirem o rigor da punição máxima – a exclusão de competições por um longo período – eles não terão o incentivo necessário para agir contra seus próprios “torcedores bandidos”.

A CONMEBOL parece mais preocupada com a proibição de bandeiras com mastro ou o acendimento de sinalizadores do que com a proteção da integridade física de torcedores, o que é um paradoxo.

É fundamental que a organização repense sua abordagem e adote uma postura mais incisiva e preventiva, estabelecendo protocolos de segurança robustos e punições que realmente doam no bolso e no prestígio dos clubes, forçando-os a assumir sua responsabilidade e a pressionar os órgãos de segurança de seus países.

Além das Barras Bravas: A Complexidade do Problema

É inegável que as torcidas organizadas, ou “barras bravas” na Argentina, frequentemente estão envolvidas em atos de violência no futebol sul-americano. Contudo, o problema é multifacetado e não se restringe apenas a esses grupos.

A brutalidade policial, como vista no Brasil em casos de espancamento de torcedores visitantes (inclusive em jogos de Copa Sul-Americana, como entre Atlético-MG e Godoy Cruz), também é uma questão séria que contribui para o ambiente hostil nos estádios. O episódio onde a Polícia Militar agiu de forma desproporcional é um exemplo claro de como a própria força de segurança pode exacerbar a violência.

Na Argentina, onde a polícia geralmente não atua dentro dos estádios, a responsabilidade recai sobre a segurança privada do clube mandante. O caso de Avellaneda evidenciou a total falta de preparo e estrutura para conter a invasão, indicando uma falha grave por parte do Independiente.

Além disso, incidentes como o de Joinville, onde a ausência de policiamento interno levou a uma briga generalizada entre torcidas de Atlético Paranaense e Vasco, ou a tragédia de Heysel, que vitimou 39 pessoas sem haver um confronto direto, apenas o pânico, demonstram a urgência de sistemas de segurança eficientes e bem planejados.

Para mais notícias sobre futebol internacional, acesse a seção de Futebol Internacional do Futebol Brazil. O problema da violência é nosso, não apenas “deles”, e exige uma abordagem ampla que transcenda fronteiras e rivalidades.

Caminhos para a Mudança: Protocolos e Punições Severas

Para combater a violência no futebol sul-americano, é imperativo que haja uma mudança radical na forma como a segurança e as punições são tratadas. A CONMEBOL precisa, de imediato, elaborar um protocolo de segurança detalhado para jogos internacionais, que determine como deve ser organizada a torcida visitante, as barreiras de separação e o acerto com as autoridades locais.

Isso inclui garantir a segurança interna do estádio, seja por meio de polícia ou segurança privada qualificada. Além disso, as punições aos clubes envolvidos em atos de violência devem ser muito mais severas.

A sugestão de exclusão de competições por anos, em vez de multas pífias, é um passo fundamental. Se um clube sabe que pode perder o direito de participar de torneios continentais, ele será forçado a agir com rigor contra os elementos criminosos de sua torcida e a pressionar as autoridades de segurança de seu país.

A identificação dos agressores, hoje facilitada pela tecnologia de reconhecimento facial, também é crucial para a responsabilização individual e para que esses bandidos sejam banidos dos estádios.

Somente com uma combinação de prevenção eficaz, responsabilização clara e punição exemplar será possível reverter o cenário de barbárie que assola o futebol sul-americano e devolver aos torcedores a paz de assistir a um jogo sem medo.

Insustentável

A violência no futebol sul-americano atingiu um patamar insustentável. O episódio em Avellaneda, por sua brutalidade explícita e a flagrante omissão das autoridades, serve como um triste lembrete de que o problema é sistêmico e profundo. Não basta apenas lamentar; é preciso agir.

A CONMEBOL, os clubes, as autoridades policiais e até mesmo os próprios torcedores têm um papel a desempenhar nessa luta. A segurança e a integridade de quem vai ao estádio não podem ser um luxo, mas sim uma garantia fundamental para o espetáculo.

O futebol, paixão de milhões, merece ser um palco de celebração e união, não um cenário de barbárie e medo. É tempo de uma ação conjunta e decisiva para resgatar a essência do esporte.

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Explore a escalada da violência no futebol sul-americano, com foco no brutal incidente em Avellaneda, a omissão da CONMEBOL e a conivência policial. Entenda as causas e as soluções para essa barbárie.

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