O futebol brasileiro, palco de paixões e intensas disputas, tem sido também o cenário de crescentes Controvérsias do VAR. A ferramenta, criada para auxiliar na justiça das decisões, frequentemente se vê no centro de debates acalorados sobre sua aplicação inconsistente. Lances capitais em partidas recentes acenderam a discussão sobre a eficácia e os critérios utilizados pela arbitragem de vídeo no país.
Um exemplo gritante dessa situação foi um clássico paulista que gerou enorme repercussão. Nele, uma série de decisões questionáveis lançou luz sobre os desafios da arbitragem moderna. Analisaremos os momentos mais polêmicos que marcaram a partida, gerando reclamações e notas oficiais por parte dos clubes envolvidos.
Pênalti Inacreditável em Tápia: Onde estava o VAR?
O lance mais discutido foi, sem dúvida, o pênalti não marcado em Tápia. Descrito como “gigantesco” e “muito pênalti” por especialistas, a infração ocorreu em um momento crucial, com a equipe já em vantagem de dois gols. A falha do árbitro em campo, Ramon Abatti, experiente e cotado para a Copa do Mundo, já seria grave. Contudo, a ausência de intervenção do VAR transformou o erro em algo inexplicável.
A jogada em questão envolveu uma entrada claramente imprudente sobre Tápia. A regra do futebol foca na imprudência da ação, e não na intenção do jogador. Mesmo que o defensor não tivesse a intenção de machucar, o movimento resultou em um contato que configurava falta passível de pênalti. As imagens mostram uma ação com impacto tático absurdo, podendo ter alterado de forma decisiva o placar.
A perplexidade reside na finalidade do VAR. Se o sistema foi criado para corrigir “erros claros e óbvios“, como o protocolo indica, a omissão neste caso específico é um paradoxo. Comentários indicam que a decisão do VAR foi uma “vergonha”, gerando a sensação de que o sistema intervém quando não é necessário e falha quando sua atuação é primordial.
A Entrada Perigosa de Andreas e a Inconsistência de Critérios
Outro lance que gerou indignação foi a entrada de Andreas sobre Marcos Antônio. Embora o agressor tenha resvalado na bola, o impacto subsequente na canela do adversário, com a sola da chuteira e alta intensidade, caracterizava um lance para cartão vermelho. A falta de expulsão e, novamente, a não recomendação de revisão pelo VAR, alimentaram as críticas à inconsistência dos critérios.
Analistas destacam que, em outras partidas do campeonato, jogadores foram expulsos por lances de gravidade similar, ou até menor. Essa disparidade na aplicação das regras cria um ambiente de desconfiança e frustração entre jogadores, comissões técnicas e torcedores. O VAR, que deveria padronizar as decisões em lances de jogo brusco grave, falhou em intervir quando a clareza da infração era evidente.
O Contato na Origem do Gol: Análise de uma Disputa Natural
O terceiro ponto de debate surgiu na origem de um dos gols da equipe adversária, onde o time reclamou de uma suposta falta em Gustavo Gomes. Contudo, a análise técnica demonstra que o contato entre Tápia e Gustavo Gomes, com a bola em movimento, foi um lance de jogo natural. Tápia, conhecido por sua característica de buscar o contato físico, não cometeu uma infração clara.
Em situações onde a bola está viajando e os jogadores disputam o espaço, contatos são parte inerente do futebol. Diferentemente de uma falta sobre um jogador já posicionado para dominar, este foi um embate legítimo pela posse de bola. A arbitragem de campo, e a não intervenção do VAR neste caso, são consideradas corretas por especialistas, evidenciando a necessidade de diferenciar disputas naturais de infrações.
As Controvérsias do VAR persistem como um desafio para o futebol brasileiro. A expectativa é que a tecnologia traga mais equidade, mas a percepção geral é de que a falta de um padrão claro na intervenção do árbitro de vídeo prejudica a credibilidade das decisões. É urgente que os órgãos responsáveis aprimorem a capacitação e os protocolos do VAR para que o espetáculo do futebol seja pautado pela justiça e coerência em campo.
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