A semana do futebol brasileiro foi marcada por uma enxurrada de controvérsias envolvendo a arbitragem, culminando em um clamor generalizado por mudanças urgentes. As decisões recentes, especialmente no clássico entre Palmeiras e São Paulo, não apenas reacenderam velhas discussões, mas também levantaram sérias suspeitas sobre a integridade da competição. Dirigentes de diversos clubes, do São Paulo ao Flamengo, expressaram sua indignação com as polêmicas do VAR, afirmando que o campeonato pode estar irremediavelmente manchado.
O Palmeiras tem sido, de fato, o protagonista de algumas das partidas mais polêmicas da temporada, com lances que geraram revolta em seus adversários. Na estreia contra o Sport, dois pênaltis bizarros foram assinalados. Mais tarde, confrontos contra Ceará e Vitória também foram pontuados por decisões questionáveis. Não podemos esquecer o Botafogo, que teve um pênalti claro não marcado a seu favor.
Esses incidentes são inegavelmente polêmicos e, na maioria das vezes, desfavoráveis aos oponentes do time alviverde. O ponto culminante dessa sequência foi o jogo de ontem entre Palmeiras e São Paulo. Num ambiente de intensa pressão, onde clubes em casa frequentemente influenciam a arbitragem de forma visceral, o que ocorreu foi gravíssimo.
Tivemos uma equipe de arbitragem que, habitualmente, marca tudo, mas que subitamente resolveu não assinalar nada. O VAR, ultra intervencionista em outras ocasiões, pareceu “tirar um café”, ignorando lances capitais que poderiam ter mudado o rumo da partida.
Polêmicas do VAR e a Simulação Estimulada
A inação do VAR no clássico paulista contrastou brutalmente com sua atuação em outros jogos, como o bizarro pênalti marcado para o Bragantino contra o Grêmio no sábado. Naquela ocasião, a discussão do VAR sobre um braço que não ampliava a área do defensor foi surreal, resultando em uma decisão que irritou a equipe gaúcha.
Três dias antes, um pênalti contra o Corinthians e a favor do Inter foi assinalado por conta de uma simulação descarada. Lances como esse, onde jogadores tiram o corpo para trás para “cavar” uma falta, parecem ser ignorados ou até recompensados pela arbitragem brasileira.
Essa falta de rigor e a inconsistência na aplicação das regras são um câncer para o futebol. Jogadores como Vitor Roque ou Bruno Henrique, famosos por “cavar faltas” e reclamar, são estimulados por essa complacência. Se o comportamento antidesportivo fosse reprimido de forma consistente, a simulação diminuiria drasticamente, melhorando a fluidez do jogo e o espetáculo.
Dirigentes Acusam: O Campeonato Está Manchado?
A indignação com a arbitragem não se limitou aos torcedores. O técnico do São Paulo, Crespo, declarou nunca ter visto nada tão escandaloso em 32 anos de futebol. Carlos Belmonte, diretor do São Paulo, classificou o VAR como “uma vergonha”, questionando sua ausência em lances cruciais, como o pênalti não marcado para Tapia e a entrada violenta em Marcos Antônio.
O presidente do São Paulo, Júlio Casares, foi ainda mais incisivo, afirmando que o “campeonato brasileiro está manchado”. Ele destacou “cinco lances com imagens indiscutíveis” onde árbitro e VAR falharam, todos contra sua equipe. A repercussão chegou até o Flamengo, que se viu prejudicado e acabou perdendo a liderança.
José Boto, diretor de futebol do clube carioca, descreveu a situação como “vergonhosa”, insinuando que as inconsistências e as supostas ajudas a rivais desvirtuam a competição. Ele levantou “suspeitas” sobre o que se passa por trás das cortinas, exigindo explicações da CBF diante de critérios tão díspares.
A Urgência de Reformas na Arbitragem Brasileira
O combo de erros e a sensação de injustiça têm um impacto direto no desejo de ver futebol. Muitos torcedores se sentem desmotivados a acompanhar os jogos, percebendo que o esforço tático e a paixão em campo são suplantados por decisões arbitrais duvidosas. Isso afeta não apenas o aspecto do espetáculo, mas também a tática do jogo.
Por exemplo, a pressão no campo de ataque é muitas vezes inviabilizada porque jogadores simulam faltas no contato físico, e os árbitros marcam para “se proteger” de críticas futuras. O jogo, assim, fica em segundo plano.
A solução, segundo muitos analistas, passa por uma mudança radical. É urgentíssimo mudar o comando da arbitragem na CBF, criticando abertamente o atual presidente da comissão, Rodrigo Cintra. A ideia de trazer alguém de fora do Brasil, com uma mentalidade diferente e experiência internacional, não para apitar, mas para comandar e reformular a filosofia, ganha força.
Alguém que possa impor critérios claros, reprimir simulações e permitir que o jogo flua, valorizando o espetáculo e a lealdade esportiva. A CBF e seu presidente precisam ser cobrados severamente para agir. Sem uma reforma profunda e transparente na gestão da arbitragem, o futebol nacional corre o risco de perder ainda mais a credibilidade e o engajamento de seus apaixonados torcedores.